Textos

Gênese
Sinto o desconforto
Da rápida inspiração,
Da expansão do tórax
E o peso do ar
Invadindo meu pulmão...
E saindo no grito alto
Do primeiro choro.


Salto da maciez silenciosa,
Do silêncio atenuado,
Desta gravidade diminuída
E sinto o peso da existência
Comprimindo meu corpo
E dificultando meus atos.

Quanta agonia das luzes
Que atingem minha retina,
Como um flash de raios
Que me acordam da escuridão
E me escravizam ao olhar.

Temo pelo instante
Quando o fluxo do ar
Novamente será doloroso
E o peso do corpo
Me prenderá ao leito...
E aos poucos os raios
Sobre minha retina
Desaparecerão...

Acordo e adormeço
Nesta intensa vida
Pela mesma dor...
Fui salvo pela amnésia
E pela consciência
Que agora se findou...
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 30/08/2015
Alterado em 05/10/2015


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