Textos

DELÍRIOS
Um dia,
bem lá no início,
queria ser
um pássaro,
bicho do mato,
um peixe.
Queria
genuinamente
ser livre.
Não fui.

Anos depois
queria ser
alquimista,
cientista…
Desejava
descobrir,
inventar
coisas.
Não deu.

Muito
mais tarde
aproximei-me
da palavra,
vi a sua sombra,
metáforas,
ideias e ritmos.
Tornei-me
aprendiz de poeta.

Li de um
grande poeta
que toda palavra
tinha uma semente,
que o mundo
era muito mais
repleto de vazios
infinitos
que de cheios
e que a tal palavra
tinha que delirar
para virar poesia.

Penso
que tudo isso
me subordinou
de forma  
irreversível.
Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 04/05/2025
Alterado em 10/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários